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Dia Internacional das Mulheres 2022: a busca por cargos de gestão em empresas de transporte

Dia Internacional das Mulheres 2022: a busca por cargos de gestão em empresas de transporte

Dia Internacional das Mulheres 2022: a busca por cargos de gestão em empresas de transporte


No Dia Internacional das Mulheres 2022, o Portal do Trânsito destaca a participação das mulheres em empresas de transporte e a busca por cargos de gestão.

“Mulheres no volante perigo constante” – quem nunca ouviu essa fala, em sua grande maioria vindo de homens? No Dia Internacional das Mulheres 2022 mostramos que o tempo passou e a fala foi obrigada a se modificar. Isso devido à crescente presença das mulheres no setor de transporte, que por muitos anos foi praticamente, por unanimidade, composto por homens.

No entanto, hoje, o setor de transportes brasileiro conta com cerca de 2,2 milhões de profissionais, sendo 17% do sexo feminino. Nesse sentido, destaca-se que a maior parte das mulheres possui entre 30 e 39 anos e ensino médio completo. As informações são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e apresentam uma oportunidade.

Segundo o estudo Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo – Tendências para Mulheres 2017, criado e divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), diminuir a diferença nas taxas de participação entre homens e mulheres no mercado de trabalho produziria benefícios significativos para a sociedade e até para a economia em nível global. Se essa diferença se reduzisse em 25% até 2025, poder-se-ia adicionar US$ 5,8 trilhões à economia global e aumentar as receitas fiscais

De acordo com a especialista em Direito de Trânsito, Mércia Gomes, o transporte rodoviário de cargas também caminha nessa direção. Para ela, já é visível a participação de mulheres nos negócios.

“Atualmente é clara a participação e escolha por mulheres quanto ao transporte numa empresa do setor de entregas. Além de outras que se faz necessário o comprometimento e dedicação durante o tráfego e ainda no que tange ao tempo de percurso. Isso se justifica ao comprometimento das mulheres que na grande maioria são mães, esposas e querem retornar ao seu lar para os compromissos com os filhos entre outros. Tem sido de tamanha grandeza a qualidade na entrega, pontualidade e manutenção dos produtos sem qualquer desfazimento”, ressalta.


Transporte é universo masculino?

A especialista também reforça que, embora ainda tenha muito o que melhorar, há algum tempo o setor de transporte vem deixando de ser unicamente um universo masculino. No setor de Gestão e Coordenadoria, porém, a luta continua. “Este ainda é um mercado preferencialmente masculino, em que atualmente elas ainda são minoria. Em meados de 1980, porém, não havia praticamente nenhuma mulher, e o setor era praticamente dominado por homens. Claro que, mesmo sendo um mercado gerido por homens, existem diversas mulheres que, sim, eram respeitadas, mas não foi a regra. Isso atualmente está movimentando e mudando setor de mercado de transportes”, evidencia.


Diferencial entre o masculino e feminino

Diversas são as razões oferecidas para ter uma mulher no comando, sendo que  a gestão feminina oferece atenção aos detalhes e uma capacidade diferenciada de organização e características de habilidade com as relações pessoais, valorização do clima organizacional e criatividade.

Nesse sentido, Mércia destaca a opinião de duas mulheres comprovada pelo relatório Mulheres Importam: um motor de desempenho corporativo, da Consultoria McKinsey. Foram pesquisadas 900 organizações em todo o mundo, em empresas que têm três ou mais mulheres em altos cargos de gestão. Elas pontuaram nas nove dimensões de eficiência da pesquisa. São elas: direção, liderança, cultura e clima, prestação de contas, coordenação e controle, inovação e aprendizagem, capacitação, bem como motivação e orientação.

Grandes empresas como, por exemplo, Eletrobras, Unilever entre outras, investem no desenvolvimento das mulheres numa perspectiva de criar lideranças e promover igualdade de gênero na organização.

“Atualmente o mercado já entendeu que a mulher tem e pode desenvolver habilidades e competências em qualquer área de atuação. Ao mesmo tempo, é necessário que as empresas desenvolvam estratégias na área de recursos humanos para que elas tenham as mesmas condições que os homens para ocupar cargos de liderança. As mulheres provaram que são capazes. Agora, as portas precisam se abrir para que elas também tenham chances de liderar”, considera.

Ainda em sua opinião, desenvolver essa liderança é importante. Isso porque, muitas vezes, a mulher tem uma grande capacidade, mas ela mesma não enxerga esse potencial. E, por esse motivo, não vislumbra os cargos mais altos, analisa. “Representatividade, nesse caso, importa muito também. Ou seja, quando se tem uma mulher na presidência ou na diretoria, ela não só puxa as outras, como também serve de espelho. O que é fundamental no desenvolvimento da carreira”.


O American Transportation Research Institute – Instituto Americano de Pesquisas sobre Transporte, trouxe resultados nesse sentido e publicou uma análise que quantifica a probabilidade de envolvimento futuro de colisão em operadores de caminhões com base em certos comportamentos de direção.

A pesquisa identificou que as mulheres eram motoristas de caminhão mais seguras que os homens. Os homens foram 88% mais propensos do que as mulheres a ter atitudes de condução imprudente. O sexo também teve um impacto sobre a probabilidade de envolvimento em acidentes. Motoristas masculinos eram 20% mais propensos a se envolver em um acidente do que motoristas do sexo feminino.

Além de serem motoristas mais seguras, as mulheres geralmente permanecem em empregos de caminhões por mais tempo. A pesquisa de Worsham revelou que, entre outubro de 2017 e setembro de 2018, elas tinham uma taxa de rotatividade de 50%, e eles, de 62%.


Mercado potencial

Mostramos nesse Dia Internacional das Mulheres 2022 que ainda que tímida, a procura feminina pelos cargos de condução começa a despontar.

O projeto Habilitação Profissional para o Transporte – Inserção de Novos Motoristas, do Sest/Senat, registrou a participação de 2.311 mulheres entre 2015 e 2019. O curso tem por objetivo inserir motoristas profissionais no mercado por meio da mudança da categoria da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para C, D ou E.

Além disso, em cinco anos, a demanda feminina cresceu 60,4% nos cursos voltados para o transporte de passageiros, de produtos perigosos e de transporte escolar da instituição. Para se ter uma ideia, em 2018, por exemplo, os cursos mais procurados pelas mulheres foram Cuidados Especiais no Transporte de Escolares, Custos Operacionais do Transporte de Cargas e A Precificação no Transporte Rodoviário de Cargas.

Pensando neste mercado potencial, instituições financeiras já começam a oferecer crédito diferenciado para empresas lideradas por mulheres. Assim como, durante a pandemia, houve um aumento significativo de mulheres trabalhando como motoristas de aplicativo.

“Aguardamos ansiosas para que em 2023, tenhamos dados com números bastante evoluídos quanto à gerência e Diretoria de mulheres nas grandes empresas”, almeja e finaliza a especialista em Direito de Trânsito, Mércia Gomes.


Fonte: https://www.portaldotransito.com.br/

Postado por Admin